Dados do Trabalho
Título
QUALIDADE DO SONO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UM OLHAR PARA ADULTOS COM EXCESSO DE PESO
Introdução
Queixas relacionadas ao sono são comuns no Brasil, contudo o acesso ao tratamento para distúrbios de sono no Sistema Único de Saúde (SUS) é limitado e ainda não está bem estruturado. A saúde do sono não é suficientemente abordada nas políticas de saúde pública, embora haja alguma menção na Carteira de Serviços da Atenção Primária à Saúde. A literatura científica destaca que distúrbios do sono afetam a saúde metabólica e estão associados a problemas como excesso de peso e ingestão de alimentos ultraprocessados. Nesse contexto, há uma necessidade de avaliar a qualidade do sono e, assim promover iniciativas que melhorem parâmetros do sono para beneficiar a saúde geral da população inclusive do indivíduos que vivem com sobrepeso ou obesidade.
Objetivo
Analisar a qualidade, latência e duração do sono de indivíduos com excesso de peso atendidos na Atenção Primária à Saúde e sua relação com variáveis sociodemográficas.
Métodos
Foram avaliados 161 indivíduos de 20 a 59 anos, atendidos em Unidades Básicas de Saúde do município de Ouro Preto - Minas Gerais. A investigação do sono foi realizada através do Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (IQSP), foram obtidas medidas de peso e estatura para cálculo do índice de Massa Corpórea (IMC), classificado segundo WHO (1998) e coletados dados sociodemográficos como idade, sexo, renda familiar, ocupação e estado civil. Os indivíduos com escore superior a 5 no IQSP foram classificados como “mau dormidores”, a duração do sono considerada apropriada para adultos foi de 7 a 8 horas e levar mais que 45 minutos para iniciar o sono indicou má qualidade do sono. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética, parecer Nº 6.197.373, CAAE 58311922.7.0000.5150. Foi realizada regressão logística para verificar a associação entre o sono e as variáveis independentes.
Resultados
O escore médio do IQSP foi 7,73 (±3,99) e a duração média do sono, em horas, foi de 6,94 (+-1,64). Em relação à latência do sono, 25,30% dos homens apresentaram mais chances de ter latência do sono inapropriada em relação às mulheres, com Odds de 8.82 (p-valor 0,007).
Conclusões
A média do grupo apresentou alta prevalência de sono inadequado, o que indica necessidade de realização de ações direcionadas no SUS. Além disso, a investigação mais precisa sobre a qualidade do sono entre os homens é importante para compreensão dos condicionantes de maior latência do sono no sexo masculino.
Palavras -chave
Qualidade do Sono; Atenção Primária à Saúde; Transtornos do Sono-Vigília; Sobrepeso; Política de Saúde
Área
Área Clínica
Instituições
Universidade Federal de Ouro Preto - Minas Gerais - Brasil
Autores
Layana Amaral Neves, Aline Siqueira Fogal Vegi, Erika Cardoso dos Reis